ZH acompanhou durante 21 dias a luta contra o flagelo das drogas
Usuários de crack não costumam estacionar no fundo do poço das drogas. O que seria o porão do inferno ainda não é o fim da linha. É apenas a primeira estação do sumidouro que arrasta as vítimas do beijo da lata – alusão à forma como a pedra é fumada.
A queda livre, por vezes, não tem volta. O crack devora a saúde, reduz corpos a esqueletos ambulantes. O crack devasta reputações, transforma honestos em ladrões capazes de furtar da própria mãe. O crack pulveriza o patrimônio, é uma fábrica de mendigos. E também aciona o gatilho da violência.
Em infográfico, depoimentos de quem
luta para escapar das drogas
luta para escapar das drogas
A partir de hoje, numa série de reportagens que se encerra na quarta-feira, Zero Hora revela os esforços dos que se internaram na Fazenda da Esperança, em Casca, para tentar escapar do precipício das drogas – dois terços envolvidos com o crack. Com 25 anos de atuação, 52 filiais espalhadas pelo Brasil e pelo mundo, a entidade vem obtendo vitórias. Pequenas, mas alentadoras. De cada 10 usuários que entram, entre dois e quatro completam o tratamento. Alguns sofrem recaídas, mas outros se mantêm como testemunhas de que é possível se libertar da droga que se tornou uma epidemia.
Instituições como a Fazenda da Esperança, cuja sede em Guaratinguetá (SP) foi visitada pelo papa Bento XVI em 2007, são o último refúgio para as vítimas do flagelo. Diante da falta de estrutura do Estado, são elas que amparam os desesperados sem dinheiro para bancar um tratamento particular.
Na Fazenda da Esperança, ZH pôde acompanhar as fases pelas quais passam os 70 internos. Como vêm da sordidez das bocas-de-fumo, alguns estranham o oásis de oração, disciplina e suor. Os mais rebeldes abortam o tratamento.
No período em que ZH permaneceu na fazenda – com autorização do responsável e sem ocultar a condição de repórter –, seis internos foram embora antes do tempo.
Cada entidade tem sua receita contra o crack. A Fazenda da Esperança, de orientação católica, assenta-se num tripé: trabalho, religiosidade e convivência. Não há remédios nem profissionais médicos. Auto-sustentável e operando com voluntários, ela persegue um objetivo: trocar a dependência dos tóxicos por uma nova atitude de viver. E garante que perseverança e fé tiram do abismo.
Instituições como a Fazenda da Esperança, cuja sede em Guaratinguetá (SP) foi visitada pelo papa Bento XVI em 2007, são o último refúgio para as vítimas do flagelo. Diante da falta de estrutura do Estado, são elas que amparam os desesperados sem dinheiro para bancar um tratamento particular.
Na Fazenda da Esperança, ZH pôde acompanhar as fases pelas quais passam os 70 internos. Como vêm da sordidez das bocas-de-fumo, alguns estranham o oásis de oração, disciplina e suor. Os mais rebeldes abortam o tratamento.
No período em que ZH permaneceu na fazenda – com autorização do responsável e sem ocultar a condição de repórter –, seis internos foram embora antes do tempo.
Cada entidade tem sua receita contra o crack. A Fazenda da Esperança, de orientação católica, assenta-se num tripé: trabalho, religiosidade e convivência. Não há remédios nem profissionais médicos. Auto-sustentável e operando com voluntários, ela persegue um objetivo: trocar a dependência dos tóxicos por uma nova atitude de viver. E garante que perseverança e fé tiram do abismo.
SÉRIE PUBLICADA POR ZERO HORA EM SETEMBRO DE 2008
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